Tereza Brant é de Belo Horizonte, tem 20 anos, 4.000 amigos no
Facebook e 37 mil seguidores na rede social. A fama na internet começou
quando suas fotos começaram a ser compartilhadas com um alerta: esse
“gato” aí ao lado é uma menina aparentemente bem resolvida com sua
sexualidade.
Há nove meses, Tereza começou a malhar e a tomar hormônios
masculinos com a orientação de um médico e de uma personal trainer. Ela
quer ter a aparência de um menino e, para isso, corta o cabelo e usa
roupas masculinas. O apoio da família foi determinante para a própria
aceitação.
— Eles sempre perceberam um comportamento diferente em mim e
procuraram entender, e não reprimir ou me impor o que eles achassem que
fosse certo.
Tereza malha cinco vezes por semana em BH com uma personal trainer
para manter o físico masculino. Apesar do apoio à causa LGBT, não se
sente exatamente parte de nenhuma categoria de gênero, como homens,
mulheres, travestis ou transexuais.
Ela pesquisou os efeitos dos hormônios usados por transexuais e
escolheu o indicado por um médico para não ter prejuízos à saúde. No
entanto, ela não revela qual medicamento usa. Na foto ao lado, tirada há
cerca de quatro anos, Tereza ainda exibia cabelos longos e “jeito” de
menina, mas se considerava “parada no tempo”
A adolescente, que parou de estudar depois do ensino médio, sonha
em entrar para a carreira artística. Tereza Brant afirma que não tem
preferência por meninos ou meninas, mas se interessa “pela pessoa, antes
de pensar se é homem ou mulher”. Curiosamente, recebe mais cantadas de
meninas entre 13 e 17 anos na internet.
E se alguma menina hetero ficar interessada pela aparência e tiver
uma “surpresa” desagradável? Tereza garante que isso não acontece, já
que sempre se apresenta como mulher, apesar de chamar a atenção com o
físico masculino. Ela se diverte nas baladas com as amigas em Belo
Horizonte e não dispensa a devida postagem com a foto do dia.
A jovem se expõe nas redes sociais porque acredita que pode ajudar as pessoas a lidar com a própria sexualidade.
— É uma coisa muito interna, psicológica, que primeiro você resolve
com você, e aí depois você vai conversar com seus pais. E seus passos
seguintes dependem totalmente da reação deles. No meu caso, nosso
relacionamento é muito aberto e eu tive o apoio deles.
Apesar do estranhamento, a jovem garante que os “amigos
verdadeiros” não se afastaram e continuam a tratá-la da mesma forma.
Vítima de preconceito constantemente, diz que sabe diferenciar
brincadeiras de agressões.
— Tem gente que eu sei que não faz por mal, não é intenção, mas se
passa do limite eu peço para não repetir. É que a gente nunca sabe
exatamente o que atinge o outro. De resto, eu levo na brincadeira
E os constrangimentos? Ela lembra que já foi impedida de entrar em
um banheiro feminino pelo segurança de um shopping e frequentemente é
questionada quando está em uma fila para mulheres. O que fazer nessa
hora? “Mostrar a carteira de identidade”
0 comentários:
Postar um comentário